-Segurança! Não quero ninguém entrando no meu mundo! Isso é precioso demais para mim!
-Desculpe-me pela pergunta, mas... Onde dormia a Victoria? Vocês dormiam no mesmo quarto?
-Ali... –disse ela, apontando para uma porta no final do corredor.– Não abrimos aquele quarto há 12 anos... Vamos entrar? Quero conversar contigo no meu mundo. Pode ser?
-Lógico! -respondi, com certa preocupação.
Enquanto Emily digitava a senha, fiquei pensando o porquê de tanta aquela segurança. O meu momento de devaneio foi interrompido com um som de Tocata e Fuga em Ré menor do compositor Johann Sebastian Bach.
-Para que esse som macabro, Emi? Não poderia ter escolhido um som mais delicado?
-Não! O som tem que dar aquele impacto quando eu entro. Tu me entendes, não é?
-Acho que sim... -hesitei.
A porta se abriu e nela saiu fumaça de gelo seco. Ao nos aproximarmos do quarto, uma forte iluminação ofuscou os meus olhos. Ficava me perguntando como que a minha amiga conseguia dormir em um quarto tão iluminado como esse...
Para a minha surpresa, a forte iluminação foi diminuindo de intensidade e logo era possível ver o tão precioso quarto da Emi. Se eu dissesse que parecia que estava em outro mundo, não seria mentira.
O quarto era imenso e poderia dizer com precisão de que era do tamanho de um terço da minha antiga mansão. O teto era surpreendentemente alto e nele, havia além da luminária de cristal imponente, várias correntes de cristais conectadas a ela, dando a impressão de que o local era um paraíso perdido, e também, um teto solar que podia ser ativado por um comando.
O mais surpreendente era que havia uma iluminação especial, da qual dava a sensação de que estávamos em uma outra galáxia. Diz a Emily que se tratava de um projetor que ela mesma inventara e patenteara. Só podia mesmo ter saído da mente dela essa ideia estranha...