Procuramos os nossos nomes nas listas. Eu fiquei na sala 12-A e o Lucas na sala 8-A.

Antes de entrarmos, ficamos conversando por cerca de meia hora. Comentamos a respeito das salas de aula que eram bem anormais para o padrão: Para cada sala havia duas portas, uma no fundo e outra na frente. As janelas ficavam em paralelo às portas. O piso era de marfim e as paredes eram cobertas por painéis brancos com detalhes em dourado. No lugar de carteiras, eram mesas e poltronas acolchoadas de couro, feitas de carvalho e possuía um gancho em cada lado da mesinha, para pendurar a mochila escolar. E o mais surpreendente: do lado oposto a lousa branca, havia sofás, poltronas, mesa de centro, piano e até uma campainha para chamar os empregados. Aquilo sim, que era esbanjar dinheiro.

-Boa sorte, Sapinha! Não se esqueça que não pode colar, ouviu? Estarei de olho em você! -disse-me Lucas, agindo como se fosse um pai.

-Claro que não vou colar! Não sei onde você tira essas ideias estranhas. -disse meio brava.

Entrei e sentei-me na primeira carteira. Fiquei olhando os alunos entrarem e todos, inacreditavelmente, vestiam roupas brilhantes iguais as da Emily. Nem os meninos escapavam. E olha que eles não pareciam ser daqui. A maioria era constituída de ingleses e uma minoria, estrangeira. Alguns até me fitavam, como se me conhecessem, mas não ousavam se aproximar de mim.

Alguns minutos depois, entrou uma garota linda, que usava uma roupa bem ofuscante. Seus cabelos lembravam os da Emily e seus olhos eram cor de caramelo, que me espantavam de tão bonitos que eram. Assim que ela me viu, resolveu puxar conversa comigo:

-Olá! Meu nome é Naja Siunter. E o seu?

 

Parte 04