-Tinha que ser a CDF para terminar primeiro... –disse-me Lucas.
-Lucas! –gritei- Quantas vezes já te disse para não me chamar assim? Que raiva! –reclamei.
-Mas é verdade! Você sempre tira nota perfeita em todas as matérias. –enfatizou.
-Tiro porque estudo.
-Não é normal! Nem eu consigo realizar essa façanha.
-Estude mais!
Discutimos por alguns minutos, até cansarmos. Decidimos em seguida, dar uma volta pela cidade, e assim, visitamos as praças e o bairro comercial. E para finalizarmos o passeio, fomos à região norte, onde havia um rio e um antigo moinho de vento, que pela aparência, parecia estar obsoleto há muito tempo.
-Por que você quer ir para lá, Soph? Parece perigoso! –alertou Lucas.
-Eu gosto desse tipo de coisa. Se não quiser ir, vou sozinha! Depois nos encontramos em casa, okay?
-Okay! Não quero topar com os fantasmas. Tchau, Sapinha! –fugiu, amedrontado.
-Tchau!
Fiquei pensando se foi uma boa ideia tê-lo deixado voltar sozinho para casa. Deveria parar de pensar que ele ainda é uma criança. Já é pré-adolescente e sabe se virar muito bem.
Fitei aquele local durante um tempo e fui me aproximando lentamente. Hesitei por um momento, mas inexplicavelmente, sentia que devia me aproximar daquele lugar. Então, prossegui e deixei a incerteza de lado. Quando me aproximei, vi que no alto havia um medalhão pendurado e era tão reluzente que com certeza, a Emily iria amar. É isso! Vou dá-lo como forma de agradecimento. Ela me ajudara tanto desde que cheguei aqui e, portanto, merece um presente que esteja à altura dela.
Antes de sair do moinho, certifiquei-me se ninguém havia me visto “roubando” aquele medalhão. Vi que não. Logo o guardei e voltei para casa. Se ninguém der por falta dele, o entregarei, sem remorsos.