-Você sabe que a nossa mãe está na quimioterapia... -como ela possuía um câncer letal, tinha que se submeter a várias sessões de quimioterapia.- Não quero que fique sozinho em casa! Você vai me acompanhar e ponto final! -pausei e mudei logo de assunto.- Ai, ai! Amo-te meu anjinho!! -olhei ternamente para ele.

-Quantas vezes já te pedi para não me chamar assim? Eu já tenho 12 anos! Portanto não sou mais criança!- fez uma carinha brava.

-Certo! Vamos logo! -ignorei a revolta dele.

Finalmente chegamos ao estacionamento. Lá estava o meu Mini Cooper vermelho com listras brancas, que me fazia lembrar da bandeira de minha pátria, a Inglaterra. Mais um ano e eu poderia dirigi-lo... Ah... era um mimo, mas Lucas discordava de minha opinião:

-Não tem vergonha de andar nesta coisa? Ele chama muita atenção... -disse com cara de indignação.

-Não chame o meu carro de coisa! Qual é o problema dele? Ele é um mimo! -repreendi-o.

Ao nos aproximarmos do carro, o nosso motorista Cheff estava nos esperando. Ele imediatamente guardou os materiais de Lucas no porta malas e pediu para que entrássemos no carro.

-Soph... posso te perguntar uma coisa? -perguntou-me o meu anjinho que estava ao lado.

-Sim, estou te ouvindo.

-Por que você não é parecida com a mamãe? Sabe... os meus amigos ouviram boatos de que você é adotada...

Mas que pergunta foi aquela? Como aqueles fofoqueiros têm a coragem de espalhar esses boatos sem fundamento a meu respeito?

-Como pode pensar isso de mim? -disse rispidamente.- É claro que não sou adotada! Eu sou sua irmã e você sabe muito bem disso!

-Fico aliviado! -suspirou.- Nunca te trocaria por ninguém deste mundo! -disse encostando a cabeça no banco e quase se preparando para fechar os olhos.

Nesse momento, percebi que Lucas estava dormindo. Enquanto que o nosso motorista estava nos levando até a produtora, comecei a pensar na minha vida.

 

Parte 03