Em menos de uma hora, estávamos em casa. Cheff abriu a porta para nós e assim que ele fechou-a novamente, pedi-lhe um favor:
-Cheff, você poderia cuidar de Lucas enquanto eu estiver pernoitando no hospital?
-Sim, senhorita! -assentiu.- Não se preocupe! Ele estará em boas mãos! -acrescentou.
Sentia-me aliviada em saber que podia contar com a ajuda dele.
-Ah! -exclamou Cheff.- O seu pai esteve aqui e...
-Depois você me fala sobre isso, Cheff! -interrompi-o abruptamente.- Preciso pegar as roupas da mamãe e me arrumar um pouco! -acrescentei.- Vejo-te mais tarde! -tudo o que menos queria era ouvi-lo falar do meu pai.
III
Tive sorte em chegar ao hospital antes de anoitecer. Fui até o quarto onde ela estava. Assim eu entrei e vi o estado dela. Minha mãe parecia muito abatida e seu sofrimento estava visível em seu rosto marcado pela dor e pela tristeza. Isso tudo começou quando ela descobriu que possuía um câncer letal, e consequentemente, devido à letalidade da doença, não podia ficar exposta às radiações solares e portanto, o seu quarto vivia escuro, com cortinas fechadas. Desde que mamãe ficara doente, meu pai nunca mais dormiu ao lado dela e isso a deixara muito abatida.
Dirigi-me em direção às janelas e abri um pouco as cortinas, permitindo assim, a entrada de luminosidade naquele quarto escuro e carregado de más energias. Ainda tinha esperanças quanto à recuperação da mamãe, não que eu realmente achasse que ela logo voltaria para casa, mas caso houvesse melhora em seu quadro, ficaria feliz. Eu já sabia que a qualquer momento ela poderia morrer, a julgar pelo seu estado gravíssimo, infelizmente.
Sai do quarto de mamãe e fui me arrumar um pouco no toalete. Tinha que me preparar para passar a noite lá, pois se eu não ficasse, provavelmente iria me arrepender pelo resto de minha vida.
Desse modo, voltei ao quarto e lá estava o médico, analisando as condições dela. Dirigi-me a ele, com a intenção de saber o quão gravíssimo era o estado de saúde dela: