Minha mãe morrera naquele instante. Eu acabara de perder a melhor mãe e amiga de toda uma vida. E agora? Com quem eu ia dividir todos os meus segredos sem restrições? Com quem eu passaria as melhores tardes fazendo compras? E com quem eu ia compartilhar a minha vida, a não ser a minha mãe? Nada mais tinha sentido... Nada mais...

 

No longer mourn for me when I am dead
Than you shall hear the surly sullen bell
Give warning to the world that I am fled
From this vile world with vilest worms to dwell:

Nay, if you read this line, remember not
The hand that writ it, for I love you so,
That I in your sweet thoughts would be forgot,
If thinking on me then should make you woe.

O! if,—I say you look upon this verse,
When I perhaps compounded am with clay,
Do not so much as my poor name rehearse;
But let your love even with my life decay;

Lest the wise world should look into your moan,
And mock you with me after I am gone.

Soneto 71 - William Shakespeare

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Soneto 71 - William Shakespeare

Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.

E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.

Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:

Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.

 

03 - Vida Nova